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Demências


A demência não uma doença específica, esta diz respeito a um grupo de sintomas que afectam as competências intelectuais e sociais das pessoas afectadas, interferindo gravemente com o funcionamento diário. Existem diferentes tipos de demência, dependendo das mudanças que ocorreram no cérebro.
Associada à demência ocorre frequentemente a perda de memória, no entanto, as pessoas tendem a ficar mais esquecidas à medida que vão envelhecendo e nem sempre tal é sinónimo de demência. Um diagnóstico de demência envolve, normalmente, pelo menos a afecção de duas funções cerebrais como, por exemplo, perda de memória com alterações de raciocínio ou da linguagem.

Quando o cérebro é afectado a pessoa pode apresentar:

  • Confusão
  • Incapacidade para lembrar nomes ou pessoas
  • Dificuldade em lidar com as tarefas do dia-a-dia (preparar uma refeição ou gerir uma conta bancária);
  • Dificuldade em comunicar;
  • Mudanças de humor, alterações do raciocínio ou da personalidade.

Os sintomas são, normalmente, progressivos piorando com o passar do tempo, conduzindo a situações de maior dependência. A demência é mais frequente em pessoas mais velhas, no entanto, existem alguns casos em que o início dos sintomas foi determinado por volta dos 40 anos de idade.

Cerca de 1 em cada 20 pessoas com mais de 65 anos tem demência e aos 80 anos de idade cerca de 1 em cada 5 pessoas irão desenvolver alguns sintomas da doença.

Toda a perda de memória significa demência?

A perda de memória é uma das características comuns do envelhecer, no entanto, graves perdas de memória não são normais do processo de envelhecimento e não devem ser ignoradas.
Existem diversos problemas de saúde que podem levar à perda de memória e a problemas cognitivos suficientemente graves para interferirem no funcionamento normal da pessoa. Estes problemas podem afectar tanto as pessoas novas como as mais velhas, por isso é necessário realizar um diagnóstico que possa esclarecer as causas, até porque alguns podem ser reversíveis.
A detecção precoce dos sintomas, bem como o inicio do tratamento, é determinante para um bom prognóstico da situação.
As demências consideradas irreversíveis são também chamadas de demências degenerativas, destas a doença de Alzheimer é a mais comum. Embora outras demências possam ter uma expressão semelhante à de Alzheimer, têm características distintas que necessitam de especial atenção e tratamentos específicos.

Demências Reversíveis podem dever-se a:

  • Reacções à medicação
  • Infecções e doenças imunitárias
  • Problemas endócrinos
  • Perturbações metabólicas
  • Perturbações emocionais (depressão…)
  • Problemas da visão e audição
  • Deficiências nutricionais
  • Envenenamento
  • Tumores cerebrais
  • Anóxia
  • Problemas cardíacos e dos pulmões

Entre as demências degenerativas podem encontram-se:

  • Doença de Alzheimer – é causada pela destruição de dois tipos de células cerebrais (neurónios), no entanto, a causa exacta para que tal ocorra ainda não é clara. Este tipo de demência tem um progresso lento, ao longo de 7 a 10 anos, provocando um declínio gradual das competências cognitivas.
  • Demência dos Corpos de Lewy – estes corpos são aglomerados de proteína encontrados nos cérebros de pessoas com este tipo demência, de Alzheimer e Parkinson. Os sintomas deste tipo de demência são semelhantes aos da Alzheimer, no entanto, entre os sintomas específicos encontram-se flutuações do estado de confusão e lucidez, alucinações visuais e sintomas de Parkinson como tremor e rigidez. As pessoas que têm este tipo de demência manifestam, normalmente, problemas relacionados com o sono REM, agindo sobre os sonhos, movendo-se e pontapeando durante o sono.
  • Demência Vascular – Este tipo de demência resulta de danos cerebrais causados por problemas nas artérias que servem o cérebro ou o coração. Os sintomas iniciam repentinamente, após um enfarte e podem ocorrer em pessoas com hipertensão ou que tiveram enfartes anteriores. A demência vascular pode, também, ser causada por infecções da válvula do coração ou pela acumulação de proteínas amilóides nos vasos sanguíneos do cérebro, causando enfartes hemorrágicos.
  • Demência Fronto-temporal – Este tipo de demência está relacionado com um grupo de doenças caracterizado pela degeneração das células nervosas dos lobos frontal e temporal do cérebro – estas são áreas associadas à personalidade, comportamento e linguagem. A causa para esta degeneração não é conhecida, mas em alguns casos sabe-se que se relaciona com uma mutação genética. Os sinais e sintomas da demência fronto-temporal podem incluir: comportamentos sociais inapropriados, perda de flexibilidade mental, problemas de linguagem e dificuldades de raciocínio e concentração, sintomas que normalmente aparecem entre os 40 e os 65 anos de idade.

Outras perturbações associadas à demência:

  • Doença de Creutzfeldt-Jakob
  • Demência de Parkinson
  • Doença de Huntington

Factores de risco

Existem diversos factores que podem conduzir à demência, entre estes podemos encontrar:

  • Idade
  • História familiar
  • Abuso de álcool
  • Aterosclerose
  • Pressão arterial
  • Colesterol
  • Depressão
  • Diabetes
  • Altos níveis de estrogénio
  • Níveis de homocisteína no sangue
  • Fumar

Diagnóstico de Demência

Para se realizar o diagnóstico de demência é necessário realizar uma avaliação médica e neuropsicológica completa.
Inicialmente determina-se se a pessoa tem problemas cognitivos e qual a sua gravidade. O próximo passo é determinar a causa dos sintomas, para se recomendar o tratamento e para que a pessoa e potenciais cuidadores possam planear o futuro.

A avaliação médica da demência normalmente inclui:

  • Revisão da história do início dos sintomas;
  • Realização da história médica e medicamentosa;
  • Realização do exame neurológico;
  • Realização de exames laboratoriais, para excluir deficiências vitamínicas ou problemas metabólicos;
  • Imagiologia cerebral (TAC ou Ressonância magnética)
  • Avaliação neuropsicológica

Tratamento para a demência

Como já se referiu anteriormente as demências reversíveis tendem a desaparecer assim que o problema de base é tratado. As degenerativas não têm, para já, uma cura, não obstante, há tratamentos médicos que atrasam a progressão da doença e maximizam as capacidades cognitivas e funcionais da pessoa.
Nas demências de Alzheimer e dos Corpos de Lewy, os medicamentos chamados de inibidores da acetilcolinesterase abrandam a progressão da doença e melhoram o funcionamento da memória, ajudando ainda com as alucinações, quando estas ocorrem.
O tratamento da demência vascular passa por controlar os factores de risco como a hipertensão e colesterol elevado, bem como pela toma de medicação, para lidar com outros sintomas da demência como problemas de sono, de movimentação, depressão ou agitação.
Uma vez que o tratamento para cada tipo de demência é específico, um diagnóstico claro é decisivo.

Complicações associadas às demências

A demência pode afectar o funcionamento de vários sistemas corporais, a capacidade de desempenhar tarefas do quotidiano, podendo conduzir a problemas como:

  • Nutrição inadequada
  • Problemas de higiene
  • Dificuldade em tomar medicação
  • Deterioração da saúde emocional
  • Dificuldades de comunicação
  • Delírio
  • Problemas de sono
  • Problemas de segurança pessoal